A comemoração do dia do agricultor (28 de julho) foi antecipada na Câmara Municipal de Araras. Na sessão desta segunda-feira (20) o engenheiro agrônomo José Maria Baptista de Oliveira utilizou a Tribuna Livre para homenagear a categoria e falar sobre a situação da agricultura no município de Araras.
Zé Maria, como é conhecido, iniciou com um histórico da formação da cidade. Lembrou que a cana de açúcar proliferou no município até cair em decadência quando foi superada pelo ciclo do café. “Naquela época já tínhamos grandes fazendas de propriedade dos italianos. Mas a cultura, em função da economia mundial, também caiu e as fazendas começaram a vender pequenas glebas e isso deu origem aos bairros rurais que existem até hoje”, explicou.
Segundo o agrônomo, após a 2ª Guerra Mundial, outras culturas surgiram na cidade. “Araras ficou até conhecida como Capital Brasileira da Mandioca”, disse Zé Maria. Fase que pouco durou com o novo advento do álcool em função dos incentivos do governo federal. E desde então, quase 70% da área agrícola do município é dominada pela cana, com um total de 462 propriedades.
Dados pesquisados pelo próprio agrônomo apontam que dos 61 mil hectares do município, cerca de 93% é considerado perímetro rural. “Isso mostra que Araras, seguindo a média nacional, é um município agrícola”. São 912 propriedades sendo 448 de pequenos produtores, com menos de
Mas além da cana de açúcar Araras ainda se destaca pelo cultivo de citros. “É a segunda cultura do município. São 348 produtores”, apresenta Zé Maria citando na sequência o milho (5%) e outras plantações menores.
Outra informação que chamou a atenção dos vereadores e do público presente na sessão foi sobre o grau de escolaridade do homem do campo. Mais de 60% dos produtores não concluiu o Ensino Fundamental e apenas 10% possui o Ensino Médio completo ou algum curso superior.
Problemas
Após os números vieram as informações econômicas e que pouco levam a alguma comemoração. “Nós estamos carentes de incentivos agrícolas. Faltam condições para compra de insumos e equipamentos. Pra piorar, o preço que o mercado paga não cobre os nossos custos”, desabafou Zé Maria.
O tema mecanização da colheita da cana também não foi esquecido. A queima deve ser eliminada, conforme previsão do Governo do Estado, em 2015, gradativamente. “Até lá as donas de casa ainda irão reclamar da fuligem. Mas temos outro problema. A lei fala que quem colhe a cana deve ser registrado. Mas o que fazer com as propriedades pequenas que em um único dia tem toda a sua lavoura colhida? O proprietário não pode oferecer registro para um único dia
Por essas situações, Zé Maria pediu o apoio dos vereadores. Solicitou incentivo para que a Prefeitura aumente a compra direta dos produtos agrícolas destinados à merenda escolar.
“Quem alimenta o povo brasileiro são os pequenos e médios agricultores. Os grandes estão focados na exportação. Precisamos de respeito e projetos que valorizem nossas culturas”, concluiu Zé Maria.
Na sequência ele entregou um relatório com todas as informações passadas na Tribuna Livre ao presidente Derci Tófolo (DEM).
Publicado em: 21/07/2009 13:55:00
Publicado por: Imprensa