A Câmara de Araras realiza no próximo dia 14 de novembro o 1º Fórum Municipal de Distúrbios de Aprendizagem, com foco na dislexia. O evento tem à frente o vereador Léo Gurnhak (PT) que neste ano indicou à Prefeitura de Araras a implantação de um programa na rede municipal de ensino para identificar alunos com dislexia.
Segundo o vereador, motivador desse fórum, a expectativa é reunir na plateia, principalmente, professores. “É necessário capacitar os profissionais que estão em contato direto com as crianças. Existem muitos fatores que barram o processo de aprendizagem do aluno e certamente interferem no bom andamento de toda a classe. Com isso, o profissional de educação também sofre”, apresenta Léo.
O evento terá quatro horas de duração, a partir das 8 horas. As inscrições aos interessados em participar podem ser feitas pelo site da Câmara: www.camara-araras.sp.gov.br. Será fornecido certificado de participação assinado também pela neuropsicopedagoga Débora Regina Piovesan, especialista em Distúrbios de Aprendizagem.
O evento tem apoio da Secretaria Municipal da Câmara e está inserido no Programa Câmara Cidadã, idealizado com o propósito de trazer o cidadão de Araras para as dependências da Câmara Municipal, tornando-o participativo, atuante e conhecedor das necessidades locais.
A atividade engloba a realização de debates, palestras, campanhas, sejam elas quais forem, e que poderão ser de iniciativa própria ou de qualquer instituição ou entidade, desde que traga benefícios à população de Araras sendo o tema de abordagem social, assistencial, cultural, educativo, filantrópico ou na área de saúde.
Na prática, o principal espaço a ser aberto para a realização deste trabalho é o Plenário “Bruno Moisés Batistella”. Clubes de Serviços, Escolas, Ong´s, Sindicatos, Igrejas, Partidos Políticos e outros grupos terão acesso e serão os principais meios para a efetivação desse espaço de cidadania.
Dislexia
A dislexia, ao contrário dos que muitos pensam, não é uma doença, mas um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Em outras palavras, é uma deficiência de aprendizagem muito mais percebida na leitura, mas que também atinge a escrita e a soletração.
A palavra é derivada do grego “dis” (dificuldade) e “lexia” (linguagem). Para a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), o que ocorre é uma lacuna entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico ou de motivação pessoal e social.
Como as estatísticas demonstram que a dislexia atinge uma média de 5 a 15% de crianças, dificilmente uma escola deixa de ter disléxicos em seus bancos escolares. No entanto, os professores carecem de informações para distinguir que o distúrbio é pedagógico, e não comportamental.
Foi por essa carência que, somente no Ensino Médico, Débora Regina Piovezan descobriu que era dislexa. “Antes eu fazia aulas particulares das disciplinas que eu tinha dificuldade. Era a forma que meus pais tinham encontrado para me ajudar”. Hoje, Débora é especialista em dislexia. Trabalha para disseminar os conhecimentos que adquiriu na área e assim minimizar o sofrimento de crianças tidas como incompreendidas.