O engenheiro civil Luiz Pitaluga Neto compareceu nesta sexta-feira, dia 27, à reunião da CEI - Comissão Especial de Inquérito, que visa apurar possíveis irregularidades na licitação, projeto, construção e inauguração da Escola Municipal Especial "Ettore Zuntini". Esta é a 12ª reunião realizada pela comissão formada pelos vereadores Derci Agemir Tófolo (DEM), Breno Zanoni Cortella (PT) e Eduardo de Moraes (PP), desde a sua instauração com a publicação do Decreto Legislativo nº 3, de 12 de maio de 2009.
Em vários momentos do seu depoimento, Pitaluga mencionou terem sido registradas diversas ocorrências de roubos de materiais utilizados pelas empresas contratadas e que estavam sendo guardados em salas trancadas dentro da própria obra. Os membros da CEI questionaram sobre as medidas tomadas para evitar estes problemas e o engenheiro respondeu que no local havia sempre três guardas municipais. “Eu não podia dormir na obra, fazer a vigilância do local. O que fiz foi tomar providências para melhorar a segurança, tanto que o material era trancado a chaves”, disse o depoente.
Questionado pelo vereador Breno se a obra deveria ter sido entregue com todos os problemas e pendências existentes e comprovadas pelos depoimentos colhidos pelo CEI, Pitaluga concordou que realmente a obra não estava concluída. Diante desta resposta, o vereador Breno disse estar cada vez mais convencido de que a inauguração da obra estava atrelada ao final do mandato. “Este depoimento e os anteriores reforçam que esta CEI não deveria estar acontecendo se a obra não tivesse sido inaugurada, ou seja, entregue da forma como foi, ou seja, deveriam ter continuado o trabalho este ano”, comentou.
Já o vereador Derci questionou sobre a questão de contratos que pudessem explicar algumas medidas relacionadas à obra. Sobre isto, o engenheiro respondeu que em função da urgência pela inauguração da obra muitas questões foram resolvidas sem contrato, ou seja, por meio de ordem verbais.
No final, Pitaluga fez questão de assinalar que era do seu interesse comparecer diante da comissão, pois queria esclarecer principalmente sobre um assunto envolvendo a entrega de um cheque que, segundo ele, fora utilizado para o pagamento das empresas que prestaram serviços no local. Ele disse, inclusive, que tem os recibos destes pagamentos e que, por meio de seu advogado Maurício José Mantelli Marangoni, irá juntar todas as provas e relatório referentes à obra e que comprovam seus depoimentos.
Derci chegou a definir como uma total ingerência as situações resolvidas, da forma como o engenheiro mesmo mencionou, “de boca”. O vereador Eduardo de Moraes perguntou ao depoente se a contratação de pequenas empresas para a obra não teria comprometido os resultados e se isto influencia o custo final da obra. Segundo o engenheiro, os serviços com estas empresas tornou os custos "infinitamente" menores se comparados à contratação de uma construtora.
Engrossa a cada dia o volume de documentos juntados ao processo desta CEI, que tem o vereador Eduardo de Moraes como relator. O próximo a depor será o ex-prefeito de Araras, Luiz Carlos Meneghetti, que foi convocado para o dia 08 de dezembro de 2009.
