A possibilidade da proibição da comercialização das sacolinhas plásticas, conforme projeto do vereador Breno Cortella (PT), foi o tema abordado pelo empresário Valter Luiz Curtulo, durante a Tribuna Livre da 3ª Sessão Ordinária.
O projeto proíbe os supermercados, mercados, hipermercados, as lojas de hortifrutigranjeiros, os comerciantes que operam em feiras livres, as lojas de alimentos in natura e industrializados em geral, as lojas de produtos de limpeza doméstica, farmácias e drogarias, livrarias, videolocadoras e todos os demais estabelecimentos congêneres, localizados no município de Araras, de distribuir gratuitamente, ou acondicionar os produtos vendidos a seus clientes, em sacolas plásticas, não-biodegradáveis, derivadas de petróleo, fabricadas com plástico-filme.
Segundo Breno a idéia é discutir essa proposta com toda a cidade e com os comerciantes. “Acredito que alguns estabelecimentos podem avançar mais nessa questão se houver uma lei municipal que dê uniformidade na ação entre todos os concorrentes", afirmou Cortella.
No entanto, Curtulo – empresário do setor plástico, explicou que as sacolinhas não devem ser vistas como as únicas vilãs para o meio ambiente. Ele exemplificou que em um carrinho de compras de supermercado é possível encontrar vários tipos de embalagens plásticas. “São plásticos com um peso muito maior e que representam um impacto muito mais significativo no lixo caso não seja feita uma coleta seletiva”, declarou.
Para o empresário essa coleta seletiva deve começar na casa do munícipe a partir de uma conscientização feita pelo Poder Público.
O vereador Marcelo Fachini (PMDB) questionou o volume que as sacolas plásticas representam no lixo da cidade. Segundo o expositor, em Araras, as sacolinhas não chegam a 10 toneladas no volume de plásticos existentes no lixo.
Ao final do debate o presidente Nelson Dimas Brambilla (PT) mostrou-se satisfeito e disse que a Casa estará à disposição para realizar todos os debates necessários buscando esclarecer plenamente todas as dúvidas existentes e encontrar a melhor solução.
Discussões
Esta não foi a primeira vez que o projeto motivou um debate na Câmara de Araras. No último dia 29, representes de duas empresas estiveram na Câmara para apresentar opiniões contrárias às expostas pelo vereador no projeto protocolado e que já foram amplamente divulgadas pela imprensa.
Carlos Basqueira e João Basqueira, da Baspel, e Sérgio Inocêncio e Lázaro Ramos, da Sacopel, argumentaram que a medida é válida, porém apresenta falhas no sentido paliativo. “Existem tipos diferentes de sacolas plásticas no comércio”, afirmaram eles logo no início da conversa.
Os empresários informaram que o problema maior está nas sacolas distribuídas pelos supermercados. Eles explicaram que a gramatura do produto é muito inferior e não permite uma reutilização pelo consumidor que facilmente faz o descarte no lixo. “Muitos utilizam a própria sacola como saco de lixo. E na ausência de uma coleta seletiva ela vai direto para o lixão até mesmo pela qualidade inferior que não permite a reciclagem”, emendou Sérgio Inocêncio.
Para João Basqueira uma das medidas seria exigir que os supermercados aumentassem a gramatura oferecida nas sacolas, tornando-as mais resistentes e facilitando também o processo de reaproveitamento. “Isso aumentaria o custo do produto para a loja que também passaria a controlar suas saídas”, disse ele lembrando que muitos acabam levando sacolas vazias para casa, reforçando a idéia de usá-las como saquinhos de lixo.