As redes de supermercados no Estado de São Paulo estão perto de acabar com a distribuição gratuita de sacolas plásticas derivadas de petróleo. Com prazo previsto para o próximo dia 25 de janeiro, os supermercados de Araras também estão se organizando para aderir à campanha ambiental.
O vereador Breno Cortella (PT) propôs projetos de lei na Câmara Municipal visando a proibição dessas sacolas plásticas no comércio local, mas no entanto, esses projetos não foram aprovados.
Breno explica que mesmo onde a lei foi aprovada ações judiciais movidas pela indústria do plástico e seus representantes barraram a execução da proposta. “Tudo isso acabou criando um grande debate e um bom movimento de conscientização ambiental sobre a questão das sacolinhas”. Breno afirma que tem acompanhado com atenção todas essas movimentações e que está animado com a iniciativa dos supermercados aderirem à campanha também em Araras.
Em maio de 2011 o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmim (PSDB) e o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas assinaram acordo com a APAS (Associação Paulista de Supermercados). O acordo prevê a extinção da entrega ao consumidor de sacolas derivadas de petróleo e o estímulo a utilização de sacolas de uso permanente, retornável e ecológica.
A Associação Paulista de Supermercados está mobilizando a campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”, organizando seus associados a adotarem a campanha e encerrarem conjuntamente a distribuição de sacolas plásticas. Materiais e informações da campanha podem ser acessados por www.vamostiraroplanetadosufoco.org.br.
O vereador Breno acredita que se todos os supermercados da cidade implantarem a medida ela será bem aceita pela população e de grande importância ambiental. Segundo o vereador as grandes redes de supermercados de Araras estão se reunindo para coordenar e iniciar a campanha na cidade. “Merecem nossos aplausos os supermercados que estão empenhados em dar um grande passo ambiental na nossa ‘Cidade das Árvores’, que deve ser exemplo de práticas sustentáveis”.
Breno defende que a Prefeitura de Araras também se integre na campanha e colabore na divulgação. “Falei com o prefeito Dr Brambilla e ele, que tem grande consciência ambiental, está muito disposto a ajudar”, disse. Para o vereador a prefeitura pode contribuir com eventos do Departamento de Meio Ambiente e com a Secretaria de Comunicação no fortalecimento da publicidade institucional de orientação à população.
A campanha e o acordo firmado entre APAS e Governo do Estado não tem força de lei. Mesmo assim, o vereador Breno acredita que esta medida terá adesão e dificilmente terá retrocessos. “É algo que veio para ficar, todos já sabemos dos malefícios da sacolinhas, que precisam ter seu uso reduzido drasticamente”.
Em substituição a sacola tradicional, se optar pela sacola descartável, o consumidor terá de arcar com o custo de produção da embalagem ecologicamente correta comercializada como alternativa às sacolas de plástico. Feita a partir de amido de milho, ela se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem e em dois anos em aterro e estará disponível nos supermercados com valor estimado em R$ 0,19.
O objetivo da Campanha é estimular o uso de sacolas retornáveis (como as de feira), ecobags (reutilizável e feita em material renovável), carrinho de feira, caixa de madeira, caixas de papelão ou mochila. Alternativas cujo custo é zero.
O país já produz mais de 500 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima das sacolinhas plásticas), produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD), resultando na produção de 135 bilhões de sacolas. Calcula-se que cerca de 90% desse material, com degradação indefinida, acaba servindo de lixeiras ou viram lixo. Em São Paulo, o consumo mensal está na casa dos 2,4 bilhões, o que corresponderia, em uma conta simplificada, a 59 unidades por pessoa.
O uso das atuais sacolas plásticas descartáveis traz diversos impactos ambientais. Além de ocupar espaço nos aterros, sua produção utiliza grande volume de água e gera resíduos industriais. Há ainda o uso inadequado e descarte na rua, o que leva o material às galerias e bueiros. Isso causa entupimentos e enchentes, polui a água e o solo e traz prejuízo à vida de animais marinhos.
Em 2010, na cidade de Jundiaí, foi implantando um projeto piloto em acordo com a prefeitura local, os supermercadistas e a associação comercial da cidade. A medida, que também não tem força de lei, aboliu as sacolas plásticas nos supermercados da cidade, oferecendo como alternativa sacolas biodegradáveis compostáveis, feitas de amido de milho, além das sacolas permanentes. Houve uma adesão de 95% dos empresários locais e aprovação de 75% da população, de acordo com pesquisas divulgadas. Em seis meses, mais de 240 toneladas de resíduos deixaram de ser geradas.
O sucesso no projeto de Jundiaí despertou o interesse de outras cidades, que passaram a estimular o uso de soluções alternativas, e também do governo de São Paulo. A restrição surge num momento em que a sociedade percebe que não pode ignorar a questão ambiental - um processo de conscientização da população que já acontece em muitos países.
Na Itália e na França, só a distribuição de sacos biodegradáveis é autorizada. Para desestimular o consumo, Alemanha, Dinamarca, Irlanda, África do Sul, partes da Austrália e China proíbem a distribuição gratuita de sacolas. Bangladesh proibiu as sacolas em 2002, após diagnosticar que o entupimento de bueiros por plástico causou grandes inundações no país.
GABINETE DO VEREADOR BRENO CORTELLA (PT)
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